Lá caminhamos, apesar de dar umas passadas e ter que parar agarrada ao braço do morzão. Por volta das 10:00 fomos ao shopping comprar umas gomitas e uns rebuçados, pois a Carlota estava com um registo fraquinho, e era a única maneira que me lembrei de a ajudar.
Era meio dia quando demos entrada novamente no serviço de urgência, depois de ter sido observada, resolveram internar-me. O jeitoso foi buscar as malas e acompanhou-me até ao piso da tortura onde estivemos o resto do dia e da noite, tive que me deitar para poder estar ligada ao registo, mas nem as gomitas ajudaram, a Carlota estava com um registo que não inspirava confiança.
O quarto estava cheio e o piso também. Umas gemiam mais alto que outras, os futuros papás não sabiam o que fazer, subiam e desciam aquelas escadas inúmeras vezes para ir fumar um cigarro, tentavam ajudar com umas massagens nos rins que sabiam tão bem, mas acredito que não deve ser fácil ver-nos a sofrer e não poder fazer nada para ajudar, e ainda por cima apanhar uma brutal seca, cheios de fome e no caso do jeitoso cheio de sono também.
Quando o meu saco das águas rebentou estava a ver que a máquina tinha rebentado com o tamanho estoiro que a máquina deu, ainda chamei a enfermeira para não sujar o colchão, mas ela disse que não tinha importância. Que tontice a minha!!!!
Passava a vida a perguntar as horas para saber o intervalo entre as contrações, ele já não podia ouvir-me a perguntar as horas, abençoada paciência!!
Não podia estar virada para ele, porque devia pressionar o cordão e a Carlota ficava muito em baixo, além do calor que estava tinha que estar virada para a cortina a ouvir uma russa que não falava uma única palavra em português a chorar com dores.
Sou sincera ouve alturas que os meus olhitos rasavam de água, mas não caíram. Hehehe!!!!
Acho que deviam ser umas 8 horas da noite quando passei para a sala de partos, mandaram o morzão ir jantar, porque ainda estava demorado.
Fica para amanhã, o resto da história porque tenho que me fazer à vida. Até lá.