um blog para descarregar as tanuchisses, ou melhor parvoeiras que passam por esta mente
Passei para a sala de partos, as enfermeiras vieram ligar-me o registo e tornaram a dizer que o registo da Carlota não inspirava confiança, e que iam ligar uma sonda via vaginal directamente à cabeça dela para terem um registo mais fidedigno, doeu um bocado a colocar, mas o pior foi que não estava a dar resultado então a Drª que tinha colocado chamou o chefe e ele meteu a mão e disse: " Claro que não dá, a sonda está toda enrolada no cabelo!"- foi assim que eu descobri que a miss bochechas além de bochechuda era cabeluda. Se calhar é verdade o que diziam, como eu passei a gravidez toda cheia de azia, disseram que era devido ao cabelo.
Perguntaram se queria levar epidural e eu segui as indicações do meu GO e disse que sim.
Por falar no meu GO, ele foi um amor, apesar de ele não fazer partos esteve sempre a acompanhar-me, mal fiquei internada pedi à srª enfermeira para o avisar que eu estava ali, mas ela disse que não podia entregar recado. Tive que ligar pra a recepção para o chamar, mas como ele estava no bloco operatório podia não me atender, mesmo assim insisti e ele lá atendeu e disse que mal pudesse iria ter comigo, e assim foi. Visitou-me à tarde, ao serão quando despegou, e por volta das 11 horas da noite esteve na conversa comigo na sala de partos, e todos os dias em que estive internada ía sempre desejar-me os bons dias e ver como estávamos a recuperar. A mamã da cama ao lado até estava pasmada com a gentileza dele, pois ele tem a fama de ser uma víbora, mas eu não tenho razão de queixa.
Dr. Ventura, obrigada pelo carinho e atenção!
Continuando, lá veio a anestesista e lá me deram a dita cuja, pensei que fosse pior, a única coisa que senti foi 2 choques eléctricos nas pernas, puseram o saquinho de oxitocina e as contrações começaram a apertar, o problema é que parei de dilatar e a Carlota estava a ficar com o registo cada vez pior, com os batimentos cardíacos extremamente irregulares, houve uma vez que a máquina começou a apitar pois o batimento cardíaco tinha descido muito e tiveram que me acalmar, para eu respirar devagar e lá voltou ao normal. Grande susto!!!
Já estava o morzão pronto para assistir a um parto normal, com a bata verde vestida e tudo quando o Dr. decidiu que era melhor fazermos uma cesariana.
Quando estava à espera do reforço da anestesia fazer efeito, ainda tive a prestar esclarecimentos à anestesista e à enfermeira relativamente a legislação do trabalho.
A sensação de uma cesariana sob o efeito de epidural é estranha, pois não dói nada mas parece que sentios tudo, é como arrancar um dente, não dói mas sentimos o médico a mexer.
Era 1:15 quando vi uns olhos super arregalados a "ver" tudo em redor, como se não soubessem onde estava ( se calhar não sabia mesmo). A música que passava nesse momento era esta:
Green day- Wake me up when September ends
Ainda por cima uma banda que gosto muito e a musica também, as lágrimas correram-me pelo rosto, esta foi a foto que o papá tirou quando a teve nos braços pela 1ª vez .
Vejam agora a diferença, com 15 dias
Com 3 semanas, pronta para ir jantar fora.
Lá caminhamos, apesar de dar umas passadas e ter que parar agarrada ao braço do morzão. Por volta das 10:00 fomos ao shopping comprar umas gomitas e uns rebuçados, pois a Carlota estava com um registo fraquinho, e era a única maneira que me lembrei de a ajudar.
Era meio dia quando demos entrada novamente no serviço de urgência, depois de ter sido observada, resolveram internar-me. O jeitoso foi buscar as malas e acompanhou-me até ao piso da tortura onde estivemos o resto do dia e da noite, tive que me deitar para poder estar ligada ao registo, mas nem as gomitas ajudaram, a Carlota estava com um registo que não inspirava confiança.
O quarto estava cheio e o piso também. Umas gemiam mais alto que outras, os futuros papás não sabiam o que fazer, subiam e desciam aquelas escadas inúmeras vezes para ir fumar um cigarro, tentavam ajudar com umas massagens nos rins que sabiam tão bem, mas acredito que não deve ser fácil ver-nos a sofrer e não poder fazer nada para ajudar, e ainda por cima apanhar uma brutal seca, cheios de fome e no caso do jeitoso cheio de sono também.
Quando o meu saco das águas rebentou estava a ver que a máquina tinha rebentado com o tamanho estoiro que a máquina deu, ainda chamei a enfermeira para não sujar o colchão, mas ela disse que não tinha importância. Que tontice a minha!!!!
Passava a vida a perguntar as horas para saber o intervalo entre as contrações, ele já não podia ouvir-me a perguntar as horas, abençoada paciência!!
Não podia estar virada para ele, porque devia pressionar o cordão e a Carlota ficava muito em baixo, além do calor que estava tinha que estar virada para a cortina a ouvir uma russa que não falava uma única palavra em português a chorar com dores.
Sou sincera ouve alturas que os meus olhitos rasavam de água, mas não caíram. Hehehe!!!!
Acho que deviam ser umas 8 horas da noite quando passei para a sala de partos, mandaram o morzão ir jantar, porque ainda estava demorado.
Fica para amanhã, o resto da história porque tenho que me fazer à vida. Até lá.
Sim, o 1º episódio porque isto vai ser escrito às prestações, pois o tempo agora é todo para a pequerrucha.
Vamos começar por domingo dia 8, onde fomos até à Figueira da Foz ver o jogo do nosso glorioso, lá ganhou como era dia da mulher comprei um cachecol para a Carlota cor de rosa a dizer sou benfiquista, consolei-me com tremoços e pevides, foi um bom dia.
Na 2ª feira tinha consulta com o meu GO que me fez um toque um tanto ou quanto doloroso e passei o serão já com algumas dores, mas a ordem era só ir para a maternidade quando as contrações fossem regulares ou o saco das águas rebentasse. Tive a visita de uma prima que está na França e que me queria ver grávida e assim foi viu-me mesmo na recta final., e agora já viu a Carlota fora do ninho.
Nessa madrugada eram 4 da manhã quando acordei com umas dores intensas, e eu que tinha medo de não dar conta de entrar em trabalho de parto, Oh valha-me Deus!! Comecei a cronometrar as dores e estavam espaçadas num intervalo de 10 minutos, aguardei até às 5 da matina e disse ao jeitoso que era melhor pormo-nos a caminho. E lá fomos rumo à cidade de Coimbra com destino à maternidade Bissaya Barreto.
Fui observada já eram umas 7 da manhã tinha 1,5 cm de dilatação e como ainda moramos a uns 50 Km a Dr.ª que me atendeu disse para ir dar uma voltinha e regressar lá para o meio dia. E fomos caminhar à beira rio, pois ainda era cedo mas já se fazia notar a azáfama no ar normal de uma cidade a um dia de semana.
Bom por agora deixo-vos com esta imagem do sítio onde fomos caminhar.